O interrogatório do consumo

Jonny M Elias

workflowTodos os dias, precisamos realizar várias decisões em nossas vidas, sejam elas de pequeno, médio ou de grande impacto no presente e no futuro. Precisamos decidir em que hora levantar, que roupa vamos usar, que caminho vamos seguir, que empresa vamos trabalhar, se casamos ou compramos uma bicicleta…

 

Um ponto muito importante para relembrarmos é que, nem todas as decisões são tomadas de maneira completamente racional ou planejada. Grande parte das nossas decisões são afetadas por nossas experiências anteriores, sinais da evolução do ser humano, características biológicas e principalmente ´pela maneira como nossa cognição foi construída ao longo de nossa vida. Simplificando, nossas experiências e a maneira que fomos aprendendo em nosso círculo de convivência reflete (e muito) no que interpretamos, nos nossos hábitos, na nossa maneira de analisar os dados para a tomada de decisão.

Com isso e avaliando nosso dia-a-dia, podemos notar que a área de finanças pessoais está longe de ser somente matemática financeira, economia, estatísticas e planejamento. Grande parte de finanças pessoais é psicologia! Nossos comportamentos, controlar nossos impulsos e analisar a importância de nossos desejos em nossa vida fazem grande impacto nas nossas finanças.

Porém, como podemos fazer para mudar um hábito, como o de consumir, se ele já está tão presente no nosso cotidiano? Ou melhor, como podemos mudar um hábito que está tão “profundo” em nosso cérebro?

Uma maneira que pode simplificar nossa decisão de consumir algo ou não, é criar um hábito para controlar o outro, ou seja, utilizar uma regra para controlá-lo. Esta regra poderá ser feita em 3 (três) etapas:

  1. Eu preciso comprar?
  • Aqui é a etapa inicial: eu realmente preciso comprar este item? Ele será necessário para alguma coisa realmente importante? Se as respostas forem SIM, passe para a segunda pergunta. Se for um NÃO já está decidido.
  1. Eu tenho como pagar?
    • Essa regra complementa a primeira. Se o item é realmente importante, preciso saber se posso pagar por ele agora, ou se eu posso aguardar mais um pouco. Se não puder aguardar, é preciso encontrar uma maneira de pagá-lo agora, nossa terceira e próxima etapa.
  1. Qual a melhor maneira de financiar?
    • Se o item for realmente importante, não for possível esperar para comprar e não tenho como pagá-lo completamente hoje, precisamos buscar a maneira mais barata para adquiri-lo. Em resumo, um melhor financiamento com a menor taxa de juros possível. Cuidado com os financiamentos ou crediários das lojas, eles costumam ser muito mais caros que a média de empréstimos pessoais.

Outra dica importante: NUNCA COMPRE NA PRIMEIRA VISITA NA LOJA! Posso garantir que, no outro dia, a compra pode não parecer tão importante assim. Mas se continuar sendo, e estiver dentro do seu orçamento, não se prenda! O equilíbrio é sempre o mais importante em nossas vidas.

Santa Catarina tem a menor taxa de desemprego no país

 A taxa de desemprego é um dos indicadores mais importantes e conhecidos sobre a economia de uma região, pois mostra a quantidade de pessoas que não está conseguindo trabalhar. Pelo senso comum, a elevação da taxa de desemprego de um mês para o outro é um sinal de que a economia está indo muito mal, enquanto uma redução entre meses é necessariamente um sinal positivo sobre a atividade econômica.

O que pouca gente sabe é qual o real significado da taxa de desemprego – mais especificamente, qual o significado do termo “desempregado”. “Desempregado”, na verdade, não significa “quem não tem emprego”! Para uma pessoa ser considerada desempregada, é necessário que ela queira trabalhar, isto é, ela precisa estar efetivamente querendo encontrar um emprego.

Assim, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), feita pelo IBGE, utiliza os passos abaixo para saber se uma pessoa está ou não desocupada/desempregada:

 

Desemprego
Desta forma, é possível que a taxa de desemprego acabe caindo porque algumas pessoas desistiram de buscar um trabalho de tão difícil que encontrar um emprego se tornou. Na verdade, a diminuição da taxa de desemprego por esta via não é nada positivo.Em resumo, primeiro o pesquisador confere se a pessoa possui mais de 14 anos. Se possuir, é considerada em idade de trabalhar. Neste caso, o pesquisador pergunta se a pessoa está trabalhando ou procurando emprego. Esta pergunta serve para eliminar estudantes, aposentados e donas-de-casa, que não estão trabalhando, mas também não procuram emprego. Entretanto, por consequência, a pesquisa acaba eliminando as pessoas que pararam de procurar emprego de tão desesperançosas que ficaram em encontrar um. Por fim, se o entrevistado estiver buscando um emprego, mas não estiver conseguindo encontrar, é considerado desocupado – no linguajar mais comum, desempregado.

Aqui no Brasil o desemprego vem aumentando desde o final de 2014 de forma bastante preocupante: de 6,5% para 7,9%. O Estado de Santa Catarina também está passando por este período de ajuste: a taxa de desemprego aumentou de 2,7% para 3,9%. Ainda assim, a taxa aqui continua menor que a metade da taxa brasileira, e o estado continua sendo o com a menor taxa de desemprego do Brasil. Este desempenho comparativamente melhor ao resto do Brasil foi tema de uma reportagem do RBS Notícias, da qual a nossa economista, Luiza Sampaio Loss, participou.

Para assistir à reportagem, clique aqui!

Ações – Uma alternativa de Previdência Privada?

José Guilherme Soares

Quando o assunto é aposentadoria, nos imaginamos com sonhos realizados, tempo livre pra viajar, com uma vida estável em junto à família. Entretanto, a não ser que se ganhe uma mega-sena, nada disso cairá do céu. Para não depender da sorte, um planejamento para alcançar estas metas é fundamental. Os tipos de Planos de Aposentadoria são muitos, sendo que entre os mais famosos estão o PGBL e VGBL, amplamente divulgados e negociados por meio de bancos e demais instituições financeiras. Outras opções são as previdências privadas específicas, fundos de aposentadoria, FAPI entre os vários produtos para este segmento.

Um título que pode ser um poderoso aliado (principalmente quando falamos de investimentos e acumulação de capital a longo prazo) mas que raramente é lembrado são as ações. Apesar de toda a mística, histórias e temor que existem por trás deste tipo de investimento por parte de investidores de primeira viagem, no fim das contas pode não se apresentar como algo tão assustador ou arriscado como se pensa.

Ao se planejar para a aposentadoria, é comum guardar uma parte dos seus rendimentos para aplicação em um investimento destinado especificamente para este objetivo. O fato de compor o seu portfólio utilizando ações para alcançar esta meta, dependendo de suas escolhas, pode inclusive fazer a aposentadoria vir mais cedo do que se imagina. Isso vale mesmo para aqueles que não têm tanto “estômago” para ações, utilizando apenas uma pequena parte da carteira (entre 5% e 20% dos recursos). Durante o período em que se acumula capital para este objetivo, será possível observar uma grande diferença de rentabilidade entre ações e ativos de renda fixa (Poupança, CDBs, LCIs), equivalente ao histórico Alemanha 7 x 1 Brasil. Mas para que as ações possam se comportar como a Alemanha e não como o Brasil, neste caso, algumas variáveis são essenciais: o tempo em que você deseja gozar deste benefício, o quanto de capital será necessário para isso e por último, mas não menos importante, a assessoria a quem confiar para lhe ajudar nestas escolhas.

Sem título

Entre as alternativas para este tipo de estratégia, temos o investimento indireto (através de aplicações em fundos de investimento) e direto, que é a aplicação no título específico, após abertura de conta em corretora de valores autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Atualmente existem 358 empresas registradas na BM&FBovespa, dos mais variados setores, com suas ações disponíveis para negociação. Ou seja, há um grande número de organizações disponíveis para se tornar sócio, através da compra de suas ações. Este talvez seja um dos principais pontos a destacar, dado que ao investir em uma empresa você se tornará sócio, sendo interessante buscar uma identificação com a administração da entidade, seu tipo de negócio, transparência e histórico consistente quanto aos seus resultados. Assim, o investimento torna-se mais confortável, e o investidor menos vulnerável frente às variações no preço da ação por causa da confiança que deposita na entidade.

Se desconsiderarmos a variação no preço das ações, levando em conta uma combinação de ações em carteira que distribui 1,5% de dividendos (lucro  da empresa distribuído em relação ao preço da ação) trimestralmente, teremos uma distribuição de 6,13% ao ano. Esse resultado seria suficiente para resguardar o poder de compra do investidor (consideramos uma inflação minimamente alinhada à meta), oferecendo um rendimento ainda superior à algumas aplicações de renda fixa em um cenário de juros baixos. Claro que o universo de empresas que distribui rendimentos nesta faixa é reduzido, sendo inferior a 25 entidades. Contudo, considerando que uma empresa apresente lucros constantes no longo prazo, com baixo endividamento e forte geração de caixa, a tendência é de uma alta em seu preço, algo que refletiria sua boa administração e consequentemente aumentaria o ganho para o investidor, mesmo que sua distribuição de dividendos não seja tão alta.

Quando falamos de rendimentos, além de dividendos existem também juros sobre o capital próprio e bonificações como mecanismos de distribuição de lucros aos acionistas. O Dividend Payout, indicador referente a porcentagem do lucro a ser distribuído no exercício social aos seus investidores, também deve ser verificado. Portanto, o conjunto observado do desempenho e distribuição de resultados da empresa, aliado à uma boa gestão da entidade, podem ser utilizados como pilares para a construção de um portfólio de investimentos, possibilitando ao investidor possuir uma pequena parte de grandes empresas, de variados setores, desde o comércio de roupas à fabricação de alimentos e bebidas. É importante lembrar que, em nossa atual Bolsa de Valores, existem empresas listadas que nunca reportaram prejuízo em 65 anos de história.

Por fim, no sentido de auxiliar e fundamentar o processo de tomada de decisão dentro deste panorama vasto de empresas com possibilidade de aplicação, existem consultores e instituições financeiras com capital intelectual especializado e produtos específicos destinados a atender apenas a este segmento. Buscar empresas com bom histórico de rendimentos e geração de valor ao acionista, refletidos no histórico de rentabilidade do produto, juntamente com conhecimento prático suficiente para gerir o capital do investidor que esteja inseguro ou que deseje terceirizar a gestão dos seus investimentos, em muitos casos, mostra-se como uma excelente alternativa para composição de uma aposentadoria confortável.